A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão, infuenciado pela Renascença (despertar da Europa para um novo interesse pela literatura, pelo grego, pelo latim, pelas artes e pela ciência de forma inteiramente separada da religião), pela invenção da imprensa, descoberta por Gutemberg, em 1455, pelo espírito nacionalista (inconfomismo com a autoridade estrangeira sobre suas próprias igrejas e estados), e pelos abusos doutrinários, morais, e financeiros do Papado.O Papa Leão X (1513-1521) em razão da necessidade de avultadas somas para terminar as obras do templo de S. Pedro em Roma, permitiu que um seu enviado, João Tetzel, percorresse a Alemanha vendendo bulas, sobre as quais dizia, possuir a virtude de conceder perdão de todos os pecados, não só aos possuidores da bula, mas também aos amigos, mortos ou vivos, em cujo nome fossem as bulas compradas, sem necessidade de confissão, nem absolvição pelo sacerdote. Tetzel fazia esta afirmação ao povo: “Tão depressa o vosso dinheiro caia no cofre, a alma de vossos amigos subirá do purgatório ao céu”.
A data exata fixada pelos historiadores como início da Reforma foi registrada como 31 de outubro de 1517. Na manhã desse dia, Martinho Lutero (1483-1546) afixou na porta da Catedral de Wittenberg um pergaminho que continha 95 teses ou declarações, quase todas relacionadas com a venda de indulgências, propondo um debate sobre as indulgências.
As principais teses de Lutero foram: “O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confir-mar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe forem reservados. Nestes casos, se deprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada” (6ª tese). “Eis poque erram os apre-goadores de indulgência ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa” (21ª tese). “Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório” (27ª tese). “Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem a vontade e ao agrado de Deus” (28ª tese). “Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante insignificante?” (82ª tese).
Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas: Sola fide (somente a fé); Sola scriptura (somente a Escritura); Solus Christus (somente Cristo); Sola gratia (somente a graça); Soli Deo Glória (glória somente a Deus).
Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste euroupeu, principal-mente os Países Balticos e a Hungria.
O resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o Protestantismo e suas diferentes denominações espalhadas pelo mundo, dentre as quais, a Presbiteriana do Brasil, iniciada em 12 de agosto em 1859 com a chegada ao Brasil do missionário americano Ashbel G. Simonton, herdeira da Reforma Protestante do século XVI.
As principais contribuições indiretas foram a separação entre Igreja e Estado, traduções da Bíblia e o livre exame das mesmas, fim da era Medieval e início da era Moderna, fim do feudalismo e da hegemonia religiosa, fim da inquisição, maior liberdade religiosa, progresso econômico, cultural e social, principalmente nos países protestantes.
Por:
Rev. Flavio Monteiro Dantas, Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição, bachaleando em Ciência da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor da Igreja Presbiteriana da Granja Viana.
extraído de: http://www.jornaldaqui.com.br/
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